Hoje decidi conhecer estas aprazíveis cidades, as quais, por um infame descaso misturado com empurração de barriga, ainda não tivera o prazer de visitá-las.
Vejam as vantagens da minha aclofobia (horror à multidões): comprei passagem com milhas e reservei hotel com duas semanas de antecedência. Dois dias antes da viagem, por curiosidade de quem nunca está satisfeito, entrei no site do hotel e descobri que o preço da diária havia sido posto em promoção!!!
Claro, reservei novamente e cancelei a outra reserva. Economizei “uma dinheirinha” nessa… QUANDO, caro leitor, você iria conseguir tudo isso  num reveillón numa praia do RJ ou do Nordeste? Nem a pau, Juvenal.
O hotel, Slaviero Full Jazz, é tão charmoso quanto o bairro onde se localiza, o Batel. Sua temática, como indica o nome, é o jazz, com piano bar (não estava funcionando), quartos com algum ícone do jazz e um DVDteca com shows de jazz, gratuita, para o(s) hóspede(s) assistirem no quarto.




Curta Chet Baker enquanto a chuva cai lá fora...













Uma boa dica para o iniciante na gastronomia paranaense é o tradicional restaurante Estrela da Terra, no bairro de São Francisco. Fica num casarão tombado de 1919 e possui sistema de bufê. Muito recomendado.
Também para os amantes da gastronomia ucraniana e no mesmo bairro de São Francisco, o Durski continua sendo a referência em Curitiba. Ótima opção para degustar um pierogi, um frango à Kiev ou um borscht. Ou tudo isso junto.


(foto do Guia da Semana.com)

Como talvez os leitores já saibam, existe uma linha turística de ônibus de

 

dois andares em Curitiba (também há ônibus fechados para o caso de chuva). Você pode pegá-lo em qualquer dos pontos indicados no site. A passagem custa R$ 20 reais, comprada na hora com o trocador, e dá direito a quatro reembarques. A linha faz um circuitão por vários pontos históricos e turísticos, como o Teatro Paiol (antigo paiol de munições), o famoso Jardim Botânico, o Museu Niemeyer, a Ópera de Arame, o Parque Tanguá, o bairro italiano de Santa Felicidade e outros. Escolha o que mais lhe agradar. A linha não é um city-tour com lugar e hora marcada, como em Porto Alegre. Pode-se descer num ponto, ficar o tempo desejado e esperar o próximo ônibus, até o limite do horário de funcionamento. E eles têm uma pontualidade britânica. Sugestão do Guia Quatro Rodas: Jardim Botânico, Museu Niemeyer, Ópera de Arame e Parque Tanguá.


Teatro Paiol. Tirar foto de ônibus não é fácil…

Um detalhezinho: a partir do dia 31/12, TUDO fecha em Curitiba e só reabre alguns dias depois. Acho que o curitibano vai pra Ilha do Mel ou Floripa em massa. Ou então é abduzido por extraterrestres. Numa loja de acessórios para automóveis, estava escrito: “Estamos em férias coletivas. Reabriremos 11/01″…
Ou então, talvez sejamos todos o sonho de um golfinho…
O Jardim Botânico Fanchette Rischbieter, inaugurado em Curitiba em 1991, é talvez o ícone mais famoso da cidade. Possui um belíssimo parque geométrico florido até a estufa, onde coexistem vários exemplares da mata atlântica, e uma parte externa com outras atrações.




Que tal um céu azul em degradê, já que o sol não nos deu o ar da graça?
PS: o céu azul ao lado é apenas uma paródia, cortesia de um efeito especial do Picasa… O céu verdadeiro estava nublado.
Botânicos e “florófilos“, alegrai-vos, pois é chegada a hora.







Dentro da estufa, várias espécies a serem admiradas, como disse.




Era você que estava na pindaíba?




Mulheres: venham de sandália ou tênis. Não venham de salto, mesmo baixinho, porque o mezanino tem o piso gradeado, o que fatalmente levará a um entorse dos vossos tornozelos.






Visão geral dos jardins, de nítida inspiração francesa. A estufa em si tem inspiração londrina. Porém, seu estilo é art-nouvéau, francês…



Atrás da estufa há a exposição permanente do escultor Frans Krajcberg. Infelizmente, estava fechada, mas deu para tirar uma casquinha…





Indo para os fundos, na direção esquerda, encontramos o Jardim das  Sensações. Uma idéia muito interessante, onde o visitante, com o auxílio de guias, é convidado a pôr uma venda nos olhos e sentir as plantas e sementes em caixas (abaixo) dispostas ao longo do caminho, estimulando o tato e/ou o olfato, de acordo com a planta. Não é obrigatório o uso da venda.



Curioso…



Uma muda de pau-brasil, bem pequena ainda. Talvez se misturarem viagra no adubo ou chamarem o Boston Medical Group, ela cresça mais rápido…



Não se pode deixar de fotografar araucárias no Paraná, correto?



Pelo adiantado da hora e pela chuva que começou a cair, hora de pegar o ônibus. Por sorte vieram o double deck e o fechado. Próxima parada: Museu Oscar Niemeyer (MON).
A história do Museu Oscar Niemeyer teve início em 2002, quando o prédio principal deixou de ser sede de secretarias de Estado para se transformar em museu. O prédio, antes chamado de Edifício Presidente Humberto Castelo Branco, passou por adaptações e ganhou um anexo, popularmente chamado de Olho. Ambos os projetos são de autoria do reconhecido arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer (fonte: site do museu, link acima).
MAS… fechado para visitações (não disse?). Apreciem a vista do lado de fora, então.




Não sei não, mas qualquer semelhança com outro museu parece não ser coincidência…




No pátio externo, encontramos esculturas de famosos artistas brasileiros, como Amélia Toledo, Bruno Giorgi, Erbo Stenzel, Emanoel Araújo (segunda foto abaixo), Sérvulo Esmeraldo, do próprio Niemeyer e Tomie Ohtake…




…além do nosso amigo Francisco Brennand, diretamente de Récifí! Gente finíssima.





Outro curioso (quero-quero), amante das artes, ave refinada e de fino trato…




Hora de se despedir do museu. Com tudo fechado, a opção para o almoço foi o Amici do Shopping Curitiba. Já eram 14:45 e o garçom pediu, com toda a gentileza, que fizéssemos o pedido pois a cozinha iria fechar às 15:00 (não disse?)… OK, você venceu. Batata frita (by Evandro Mesquita).



Continua.